quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Prato do Dia: Supermercado de Conhecimento


Meu marido, meu incentivador
No post anterior descrevi a sensação de como foi a última vez que eu fiz algo pela primeira vez. Contei como eu criei coragem e comprei – pela primeira vez - minha própria bicicleta. Nesse post, a ideia era escrever a parte 2 dessa história. Caberia aqui relatar que a compra da bicicleta ficou agora para a penúltima vez, já que recentemente me aventurei na minha última vez que fiz algo pela primeira vez: jogar tênis! (marido esportista é isso que dá!rs). Resumidamente o que posso dizer até agora sobre “estar” tenista é: cansa, dói o braço, mas é divertido. Arrisco-me até a fazer uma pequena comparação entre Sharopava e eu: a minha sainha é mais bonita!rs.


Mas assim como quando estou pedalando por aí, sempre mudo o percurso, resolvi também mudar o caminho desse post. Virei uma direita aqui, uma esquerda ali, segui em frente e... lá estava ela! Aliás, ela foi a razão pela qual comprei a bicicleta. Ela é de tamanha importância para mim, que resolvi elegê-la o tema desse post. “Ela”é uma das 18 bibliotecas espalhadas por Calgary, cidade localizada na costa oeste do Canadá e onde resido atualmente.



A maior biblioteca fica no centro e a segunda maior fica... perto da minha casa! A apenas uma bicicleta de distância. A primeira vez que lá estive, me encantei com a estrutura física. Os vidros enormes por toda a sua extensão permitem uma visão praticamente panorâmica do quarteirão que a comporta. Permite, inclusive, ver a enorme quantidade de carros parados no estacionamento dela. Não importa o dia, não importa a hora, a biblioteca está sempre lotada.


Não pense que seus maiores usuários são pessoas mais maduras que preferem sentir o “aroma” do papel de jornal a clicar num link. Os frequentadores pertencem a todas as faixas etárias. Há também os frequentadores-mirins, aqueles que mesmo não sabendo ler, já se familiarizam no mundo da leitura participando das atividades (diárias!) junto aos monitores-voluntários, que lêem livrinhos, contam historinhas e colocam musiquinha. Tudo num ambiente colorido e aconchegante. (Isso sim é que pode se chamar de “preparar o leitor do futuro”...)

Na parte central da biblioteca há uma linda lareira cercada por vários sofás e poltronas. São nelas, aliás, que eu dispensava algumas horinhas folheando revistas. Só esperando para interagir com mais estrangeiros, que – assim como eu - buscavam por meio de um curso oferecido e ministrado na própria biblioteca, um aprofundamento no inglês. Isso acontecia uma vez por semana, por duas horas, com direito até a cafezinho. Sem custos.
Além dos livros tradicionalmente dispostos nas estantes, lá pode-se pegar emprestados DVDs (com o fechamento da Blockbuster, o número de filmes e documentários aumentou consideravelmente na biblioteca), CDs, audio-livros, livros em MP3 e revistas. É possível levar para casa até 99 ítens de uma só vez! Para isso, basta fazer uma carteirinha. Essa, na verdade, é um cartão-magnético que permite também que se acesse a internet de qualquer computador disponível todas as bibliotecas. Mas nada impede de se levar o próprio notebook e buscar inspiração sentando-se em uma das mesas de frente para um dos janelões. Esse cartão também dá acesso ao portal da Biblioteca na internet e é por lá que eu renovo todos os materiais emprestados.

Uma outra particularidade é que nessa biblioteca, o som da sua voz, definitivamente não é um pecado mortal. Ninguém fala baixinho, ninguém cochicha  e ninguém pede “shssssss”. Quem quer silêncio, deve dirigir-se à Sala do Silêncio (nada mais óbvio! Para que complicar?). E como ler e estudar exige concentração, nada mais apropriado do que ingerir uma cafeína básica, disfarçada num saboroso cappuccino na máquina de cafés.


Já abastecida e pronta para voltar para casa na minha bike, confesso que mesmo depois de tantas idas a esse colosso da informação, ainda me flagro observando extasiada as pessoas circulando com cestas (essas de fazer compras mesmo) pelos corredores da biblioteca. As crianças seguem os adultos e vão ajudando-os  a encher a cestinha. É um verdadeiro supermercado de conhecimento!


Na saída, é preciso fazer o check-out  no computador. Para isso, para alcançar o balcão, as crianças - já muito acostumadas com o ambiente - sobem tranquilamente num dos vários banquinhos coloridos disponíveis. Hora de partir. Coloco meu capacete e sigo meu caminho refletindo... Banquinhos que auxiliam a elevar as alturas físicas delas, mas banquinhos também que servem para deixar bem claro de que lugar de criança é também na Biblioteca. E é assim que se dá o pontapé inicial em busca da conquista do título de “país de primeiro mundo.”

Karin Silvestre  

2 comentários:

  1. Oi Karin.....mais uma vez meus parabéns !!!!
    Parabéns pela ft. lindos!!! Felicidade plena, esse é o motivo de estarem LINDOS.
    O texto??? como sempre fantástico, estive andando pela biblioteca de Calgary, deu pra sentir o ambiente, o cheiro, o barulho e claro "o Silêncio" no seu devido lugar.
    Como sempre essa descrição abre o apetite pra ver tudo de pertinho e enquanto isso não chega....fico por aqui na expectativa do próximo post,seja de bicicleta,de capacete,de sainha,de raquete, na cozinha, com ou sem pipoca etc etc etc...
    Bjs e saudades
    Salete

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    1. Obrigada, Salete! É sempre bom saber o que os leitores estão achando do blog!
      As fotos realmente são lindas, mas não são minhas. As que tirei estão perdidas em algum arquivo do meu computador... Não quis adiar ainda mais esse post, indo até a biblioteca (mesmo a uma distância de bicicleta...rs) para fazer novas fotos, então, usei as fotos de divulgação.
      Mas assim que for possível, trocarei as pelas de minha autoria! Espero que fiquem à altura!
      Beijos carinhosos,
      Karin

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