Eu sei, eu sei. Faz tempo que eu não escrevo. Estive
por aí, por aqui, por lá. Não é fácil arrumar um tempinho para fazer o que
se gosta quando você entra na fase do “tentando
se encontrar”. E, obviamente, só quer se
encontrar, quem já se perdeu. Levante a
mão quem já não se perdeu? Tem
gente que se perde na rua, tem que gente que se perde mesmo usando o GPS e tem
gente que se perde nos próprios pensamentos. Eu? Ah, eu me perco em todas as
opções!
O que eu tenho aprendido
nessa minha busca pela minha própria localização é que não adianta passar a
perna no tempo e tentar chegar no destino final antes do previsto. Isso só gera
ansiedade, que gera estresse, que gera doença e por aí vai. A palavra (que eu
odeio, por sinal) é Paciência. Assim como nasci sem GPS, também nasci sem
paciência. Mas como estamos todos aqui nessa escolinha chamada vida para aprender, o jeito é fazer a lição de
casa. A minha, sem dúvida, é resolver as equações da tal da dona Paciência. E olha que eu nem
sou tão boa em matemática...rs.
A vida - sabendo desse meu ponto franco - resolveu me ensinar na prática (sem números) uma pequena lição. Ela começou há muito tempo, quando vi um
livro em cima da cama da minha irmã (estudante de psicologia na época) que se
chamava “Não apresse o rio, ele corre sozinho”.
Provavelmente eu deveria estar com pressa (leia-se: sem paciência) e
acabei não abrindo e nem lendo o tal livro. No entanto, o título nunca saiu da
minha cabeça, principalmente ultimamente, em que estou num momento de total
ansiedade e nenhuma paciência. Tenho usado essa frase do título como um mantra:
não apresse o rio, Karin, ele corre sozinho! Não apresse o rio, Karin, ele
corre sozinho...
Meus "adversários" |
Curiosamente passei
por uma situação, aqui no verão canadense, no qual esse meu mantra acabou se materializando.
Dois rios (Bow e Elbow) cortam a cidade de Calgary. No verão, “just for
fun”, é muito comum vestir os coletes salva-vidas e jogar o bote no rio. Claro
que não poderíamos perder essa experiência e lá fomos nós. Nosso grupo se
dividiu em três botes. Um, só com adultos. Outro, com dois meninos de 11 anos e
o terceiro com três adolescentes (duas meninas e um menino). Decididos a trocar a cor de neve da pele por um
amareladinho, os adolescentes deitaram-se no bote e abandonaram o remo. Claro que
ficaram para trás (para mim, o “just for fun” já tinha virado competição a
partir do momento que sentei no bote).
Meu marido se esforçando para ganharmos a "competição" |
Em determinado momento do percurso, o rio foi cortado por uma montanha de pedras. Logo após esse “obstáculo” estava a nossa linha de chegada. Rema, rema, atola, pára, vira o barco, rema para a direita, vamos! Direita, esquerda! Rema! O rio acabou separando os botes: o dos meninos e o nosso seguiu por um lado da montanha e o bote dos adolescentes-tranquilos foi levado pelo rio para o outro lado. E foi com os olhos arregalados e com a boca aberta que vi eles - tranquilamente - ganharem a “competição”, sem nem ao menos pegarem no remo!
E, naquele momento, como não poderia deixar de acontecer, a frase se materializou: “Não apresse o rio, ele corre sozinho”. Hoje sei que esse episódio nada mais foi do que a vida me ensinando mais um capítulo da difícil lição da importância de se ter paciência.
Karin Silvestre
Exemplo de quem vence a competição sem apressar o rio |
E, naquele momento, como não poderia deixar de acontecer, a frase se materializou: “Não apresse o rio, ele corre sozinho”. Hoje sei que esse episódio nada mais foi do que a vida me ensinando mais um capítulo da difícil lição da importância de se ter paciência.
Karin Silvestre
Como sempre, adoro o q você escreve....coisinhas para uns momentos de reflexão...
ResponderExcluirNão sei se isso é genético ou tem de fazer parte de um aprendizado... de todo jeito a partir de agora vou repetir várias vezes ao dia: "Não apresse o rio, ele corre sozinho"...
O resultado ????
Depois te conto,se tive a devida paciência com o rio, ou peguei "esse rio, e corri com ele nas costas"....
Bjs
Salete
Ah, Karin! curto muito a linguagem que escreve! Adorei o texto!
ResponderExcluirLogo no começo pensei: "Quer ver os adolescentes sem remar ganharem?" rsrsrsrs E foi que no final, eles "ganharam".
Mas imagine se vocês não remassem igual eles? Adultos são mais "pesados", e demoraria mais pra chegarem. Uma analogia que, adultos, tem mais "grilos" na cuca e precisam de um empurrãozinho com remos, por termos sempre pressa!
Como eu desejo colocar em prática em não apressar o rio rs